segunda-feira, 29 de abril de 2013

De Lunga a Kardec

Estou indo ao Mercado Central comprar obras do Seu Lunga. Seu Lunga mora no Cariri, sujeito polêmico e gozador ao extremo. Eis alguns dos seus títulos e versos de cordel que lhe retratam o temperamento do homem sincero do sertão: “Seu Lunga – o campeão do mau-humor”, “Oscar de homem mais bruto do mundo”, "Numa falha da professora Que não era lá tão leiga Chamando Lunga a atenção A professora Ineida Disse: - Cupia seu Lunga E Lunga: - Não, cu peida". Acontece, todavia, que diariamente vendo este material. Há dias este artigo é o único que tem saída. Refletido sobre isso, assinalo que jamais me passou pela cabeça esse fato, quando iniciei as atividades na Livraria Itinerante Chico Xavier, há cinco anos. A fim de compreender melhor o que está acontecendo, vali-me de O Livro dos Espíritos, questão 628, que registra a seguinte resposta: “Entretanto, não há para o homem estudioso, nenhum sistema filosófico antigo, nenhuma tradição, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque tudo contém os germes de grandes verdades que, ainda que pareçam contraditórias umas com as outras, esparsas que estão no meio de acessórios sem fundamentos, são muito fáceis de coordenar, graças à chave que nos dá o Espiritismo para uma multidão de coisas que puderam, até aqui, vos parecer sem razão e da qual, hoje, a realidade vos é demonstrada de maneira irrecusável...” (grifo nosso). Eh! “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música” (Friedrich Nietzche). Alguns acordam ao vôo de gazela; outros, porém, só a rudes golpes de dinamite. Ainda precisam da implosão. Clélio.

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