segunda-feira, 22 de abril de 2013

Gratidão e Perdão

O Espírito Joanna de Ângelis, por intermédio da psicografia de Divaldo Franco, no livro Psicologia da Gratidão, desvela as várias acepções da gratidão, exaltando-a como prática capaz de conduzir à plenificação do ser em cada um de nós. O sentimento de gratidão pode inicialmente ser despertado a partir da percepção de que somos entes muito amados pelo Criador e pelas Suas criaturas. Por parte do Excelso Ser, somos gratos pela vida, saúde, natureza etc. Pelas criaturas, desperta-nos o sentimento gratulatório o fato de elas, a todo instante, se sacrificarem por nós: é o irmão que nos fere a honra, ensinando-nos a perdoar; é o peixe no prato, dando assim a vida pelo nosso sustento material; são os vegetais que renunciaram receber a luz na suave manhã de sol, no processo incessante da fotossíntese; é o mineral que nos adorna o corpo, mas não sem antes ser sacrificado na lapidação.
Como se vê, tudo é sacrifício, tudo é partilha, tudo é destruição para se produzir a beleza do amor que brota de um gesto de gratidão. A gratidão é bela por reconhecer no sacrifício de todas as coisas a nós a fonte inesgotável do amor. Amor que não é mera retribuição, como nos adverte a autora espiritual, mas um estado d’alma que nos purifica o coração e a mente das mazelas que ainda trazemos na alma, conferindo paz, alegria e sentido existencial ao nosso ser. Assim, para um coração gratulatório, perdoar é uma atitude quase que natural.
A gratidão também é um sentimento profundo que se origina de um ato de gentileza de outrem, de quem nada esperamos ou de que não nos julgamos merecedores. Uma lembrança, uma oração, uma delicadeza, uma atenção, uma defesa, ou um simples bom dia. A gratidão nasce, pois, da gentileza, ainda que seja mínima para quem a pratica. Sob essa ótica, deveríamos, a todo momento, nos sentir gratos a Deus, que, por sua infinita misericórdia, insistentemente nos chama para Ele, sendo vitalmente gentil. Por isso, a gratidão se enlaça com o perdão: uma das maiores gentilezas que um irmão presta ao outro em oferenda ao Pai.

Raimundo Parente de Albuquerque Júnior

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